lunes, 7 de mayo de 2018

Pesquisa investiga processo que desencadeia crescimento de tumores

Estudo abre novas possibilidades para o tratamento do linfoma

 
A angiogênese é uma das linhas de pesquisa em alta no mundo para o tratamento do câncer. Ela estuda o processo de formação de vasos dentro do tumor. Para crescer e se multiplicar, o tumor precisa de nutrientes e oxigênio que ele retira do sangue. Alguns genes estão envolvidos nesse mecanismo para a sobrevivência do tumor. Dois desses genes foram estudados por Angelo Borsarelli Carvalho de Brito, primeiro aluno formado pelo Programa Pesquisador em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

“A angiogênese é classicamente um processo visto como nocivo porque faz o tumor crescer mas, ao mesmo tempo, ela tem papel importante no aporte de quimioterápico ao tumor. Seria como uma disputa”, explica Angelo.

Angelo Borsarelli Carvalho de Brito: “A angiogênese é classicamente um processo visto como nocivo porque faz o tumor crescer mas, ao mesmo tempo, ela tem papel importante no aporte de quimioterápico ao tumor”

De acordo com a pesquisa Angiogênese em linfoma não-Hodgkin difuso de grandes células B: impacto de polimorfismos nos genes VEGF e VEGFR2 em aspectos clínicos e vascularização tumoral, alguns polimorfismos nesses genes podem estar associados a maior ou menor sucesso no tratamento convencional de portadores da doença. A orientação da pesquisa foi da professora Carmen Silvia Passos Lima, do Departamento de Clínica Médica e a coorientação foi do professor José Vassalo, do Departamento de Anatomia Patológica.

“Os polimorfismos definem a cor dos olhos, da pele, o tipo de cabelo e outras características físicas transmitidas de pais para filhos. Eles também determinam variações no metabolismo de substâncias tóxicas ao organismo, na formação de vasos sanguíneos para a irrigação de células e no reparo de lesões ao DNA celular”, explica a médica oncologista Carmen Silvia Passos Lima.

Os linfomas não-Hodgkin são a nona causa de câncer de Brasil. O subtipo mais comum é o linfoma difuso de grandes células B. É a neoplasia mais comum entre as hematológicas. Os principais sintomas são o aumento de glângios  linfáticos no pescoço, virilha e axilas. Eles podem também aparecer no baço, trato digestivo, ossos, testículo, pulmão e outros locais. Ao diagnóstico, cerca de 50% dos pacientes apresentam estágio avançado do tumor. O tratamento indicado é a quimioterapia e cerca de 80% dos pacientes apresentam cura.

Participaram do estudo 168 pacientes com diagnóstico de linfoma não-Hodgkin difuso de grandes células B (LDGCB) atendidos entre 2009 e 2014 no Hemocentro da Unicamp e de 2013 a 2014 no Hospital A. C. Camargo. Os pacientes foram avaliados a cada três meses no decorrer do primeiro ano, a cada quatro meses no segundo ano, a cada seis meses a partir do terceiro ano ao quinto ano, após o término do tratamento qumioterápico.

O diagnóstico do LDGCB foi realizado em exame histopatológico nos laboratórios do Departamento de Anatomia Patológica da FCM e do Hospital A. C. Camargo.  Todas as análises moleculares de DNA e identificação dos genótipos foram realizadas no Laboratório de Genética do Câncer (Lageca) da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Os professores Carmen Silvia Passos Lima e José Vassalo, respectivamente, orientadora e coorientador da pesquias

De acordo com Angelo, o VEGF é a principal proteína envolvida na angiogênese. Para agir, o gene precisa de um receptor na célula, que é VEGFR2. Eles trabalham em conjunto para a formação de vasos que leva ao crescimento do tumor. Alguns polimorfismos nesses genes aumentam ou reduzem a produção da proteína VEGF e a formação de vasos sanguíneos.

“Hoje, há novos agentes terapêuticos que atuam na via da angiogênese e que são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)” para pacientes com alguns tipos de tumor, o que justifica o interesse no assunto, explica Angelo.

Após quatro anos, o estudo revelou que polimorfismos isolados ou associados no gene VEGF estiveram associados a resposta e toxicidade ao tratamento e sobrevida de pacientes com o tumor. A próxima etapa do estudo é verificar se esses polimorfismos podem ser usados na prática do atendimento a esses pacientes.

“Se um determinado polimorfismo faz o paciente responder melhor à quimioterapia, mas com maior toxicidade, é plausível pensarmos que a dose pode ser reduzida para evitar os efeitos tóxicos. É o que chamamos de farmacogenética. Entretanto, isso deve ser confirmado em estudo futuro”, diz Angelo. É também de grande interesse verificar se os polimorfismos no gene VEGF podem também alterar a resposta de pacientes com o tumor a agentes inibidores da angiogênese.

A pesquisa resultou em três artigos científicos que estão sob análise para publicação em periódicos de circulação internacional. Além disso, enquanto esteve no Programa Pesquisadores em Medicina, Angelo ganhou vários prêmios, sendo cinco internacionais entregues nos Congressos Americano de Hematologia, Europeu de Hematologia, Europeu de Oncologia Clínica e Sociedade de Oncohematologia. Em 2016, Angelo ganhou o Prêmio Jovem Cientista, oferecido pela Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) e ainda levou o segundo lugar na mesma categoria por outra pesquisa sobre polimorfismos genético e câncer.

O trabalho vencedor foi Associations of VEGF and VEGFR2 polymorphisms with increased risk and aggressiveness of multiple myeloma, publicado em 2014, no Annals of Hematology. O trabalho que ficou em segundo lugar foi Association of BAX G(-248)A and BCL2 C(-717)A polymorphisms with outcome in diffuse large B-cell lymphoma patients, publicado em 2016 no British Journal of Haematology.

Programa Pesquisador em Medicina

O Programa Pesquisador em Medicina foi criado em 2012. Ele permite que alunos de Graduação no sexto ou oitavo semestre do curso de Medicina da Unicamp se matriculem em disciplinas de Programas de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Campinas. Ao final, o aluno recebe os diplomas de graduação e pós-graduação. A cada ano são oferecidas duas vagas. O orientador de iniciação científica é quem identifica o aluno que tem potencial. O modelo é similar ao norte-americano. No Brasil, além da Unicamp, apenas a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Escola Paulista de Medicina oferecem essa modalidade de programa.

“Da noite para o dia, você deixa de ser o aluno de medicina e passa a ser aluno de pós-graduação e tem que aprender a lidar com a responsabilidade de conduzir um projeto de pesquisa. É um choque de realidade. Você fica maduro e mais autônomo na resolução dos seus problemas”, diz Angelo, que agora está na residência médica.

Saiba mais sobre o Programa Pesquisador em Medicina em https://www.fcm.unicamp.br/fcm/programa-de-pesquisador-em-medicina/documentos-e-procedimentos

LOS CUERNOS SON UN BUEN NEGOCIO ¿O NO?


La promiscuidad también es cosa de madres


Machos promiscuos. Hembras monógamas. Esta es la idea que teníamos hasta hace poco de la reproducción. La ciencia ha terminado desvelando la realidad: las hembras también copulan con varios individuos a lo largo de su vida y no siempre lo hacen para perpetuar la especie. ¿Qué ganan con esta conducta ranas, monas, pájaras o lagartas? Sea lo que sea, la mayoría de los machos permanecen junto a sus compañeras.

Adeline Marcos |
<p>Los insectos son de los animales más promiscuos. / Pixabay</p>
Los insectos son de los animales más promiscuos. / Pixabay
Hasta hace relativamente poco se pensaba que las hembras eran sexualmente monógamas. Tras más de un siglo de negación por parte de los biólogos, esta “fidelidad” femenina fue rebatida a partir de los años 1960. La realidad revolucionó nuestra idea de la reproducción: en la mayoría de las especies las hembras copulan con diferentes machos.

Sin embargo, la percepción del sexo ha cambiado con la sociedad, sobre todo con el comienzo de un control seguro y efectivo de la natalidad a partir de los años 50. La copulación ya no tendría obligatoriamente consecuencias reproductivas. De hecho, “si el sexo no fuera placentero, nuestra especie se habría extinguido hace mucho tiempo”, zanja el antropólogo. 
Cada especie se aprovecha de este comportamiento de manera individual y los humanos no se han quedado atrás. A lo largo de la evolución, las mujeres han recurrido a diferentes estrategias, entre las que destaca la multipaternidad: tener a varios padres pendientes de las necesidades de la descendencia. “Las que podían obtener recursos y protección de muchos hombres se beneficiaban de esta promiscuidad, al igual que sus hijos”, explica a Sinc Stephen Beckerman, antropólogo en la Pennsylvania State University (EE UU).
La promiscuidad femenina no ha buscado siempre un fin reproductor. Pero el caso humano no dista mucho del de otras especies. 
dragonfly-3038028_1920
La poliandria –el apareamiento de las hembras con diferentes machos– está muy extendida, pero puede conllevar costes. / Pixabay

Multipaternidad a cualquier precio 

“Investigaciones recientes han proporcionado demostraciones espectaculares de que la reproducción no tiene lugar ni para el bien de la especie ni como una interacción mutuamente beneficiosa entre machos y hembras”, subraya Birkhead. El conflicto sexual está a la orden del día porque “la reproducción es cualquier cosa menos cooperativa”.

¡Todo lo contrario! La reproducción cooperativa es más probable en especies con antepasados monógamos. Esto se debe a que los grupos familiares con un solo padre y una madre están más estrechamente relacionados entre sí y los compañeros de nido serán hermanos completos en lugar de medio hermanos”, indica a Sinc Ashleigh Griffin, investigadora en el departamento de Zoología de la Universidad de Oxford (Reino Unido). 
En un estudio publicado en la revista Proceedings of the Royal Society B-Biological Sciences, un equipo de científicos demuestra que en el caso de las aves la promiscuidad no está siempre asociada a la colaboración y tampoco aporta aparentes beneficios a las hembras. 
En su investigación, Griffin y su equipo no encontraron evidencias de que la promiscuidad de las hembras conduzca a una vida más longeva, una característica de las poblaciones cooperativas. “En cambio, se asoció una vida más larga con especies de aves que se reproducen de forma cooperativa con jóvenes criados por ayudantes adultos no reproductores, así como por sus padres”, aclara la científica. 
Esta podría ser una de las razones por las que muchas especies de aves se hayan vuelto socialmente monógamas, cuando el linaje más antiguo de las aves es bastante promiscuo. Pero lo cierto es que la poliandria –el apareamiento de las hembras con diferentes machos–, muy extendida en todos los animales, sobre todo en los insectos, puede conllevar costes. 
Un estudio publicado en Scientific Reports muestra la primera evidencia cuantitativa de una enfermedad de transmisión sexual en insectos, en concreto en las abejas domésticas (Apis mellifera). 
Las reinas son las más susceptibles de infectarse con parásitos intracelulares a través del semen de los machos anteriormente infectados. Ellas son las responsables de copular con diversos machos para producir colonias más aptas. Si existen riesgos en este comportamiento, ¿qué motiva a las hembras? 
ladybugs-1593406_1920
Las razones de la promiscuidad de las hembras no están siempre claras. / Pixabay

Una dura lucha por los espermatozoides 

En general, la poliandria aumenta la diversidad genética de las crías de una hembra, les confiere resistencia a enfermedades y asegura espermatozoides viables de al menos un macho fértil. Sin embargo, entre primates como los bonobos, las razones de las hembras no están claras. 

MacFarlane es autor principal de un trabajo publicado en
 Behavioural Processes sobre las interacciones genitales entre primates del mismo sexo. El estudio probó que estos escarceos homosexuales se pueden dar tanto en machos como en hembras sin poner en peligro la reproducción. “Es un subproducto de la alta motivación sexual de ciertas especies. Algunos individuos optan por tener interacciones con ejemplares del mismo sexo, además de tener sexo reproductivo”, detalla MacFarlane. Mientras que los machos son promiscuos para maximizar el número de crías que engendran, “algunos científicos sugieren que las hembras lo hacen para crear confusión en la paternidad; para que los machos crean que los descendientes de un grupo son suyos y no los agredan”, señala a Sinc Geoffrey MacFarlane, investigador en la Universidad de NewCastle (Australia). 
En animales especialmente promiscuos y sexualmente activos, las hembras pueden necesitar aparearse con diversos machos para obtener suficientes suministros de esperma y mantener su fertilidad. Esto ocurre con la mosca de ojos saltones (Teleopsis dalmanni), cuyos machos reparten su eyaculación entre muchas hembras, según una investigación de la University College London.  
La poliandria también puede beneficiar a las hembras de especies en peligro de extinción, como es el caso del lagarto cocodrilo (Shinisaurus crocodilurus), un extraño reptil originario de China, entre los que se observó un alto porcentaje de multipaternidad. Cada una de las crías de una misma madre puede tener un padre diferente. Para los autores del trabajo, conocer sus comportamientos reproductivos “es importante para diseñar estrategias de conservación y mejorar la variación genética”. 
efespseven480110_bj
Las hembras se aparean con diversos machos para animarlos a criar a su descendencia. / EFE

Buenos padres cornudos 

En otras especies, las hembras se aparean con diversos machos para animarlos a criar a su descendencia. “Esto podría ser importante en el caso de los humanos, para los que cuidar a sus hijos supone una inversión considerable”, explica Asheigh Griffin. En el caso de un pájaro, por ejemplo, el esfuerzo que supone criar a una nidada de pollos hasta la edad adulta, equivale en términos humanos a hacer el Tour de Francia. 

En un análisis comparativo entre padres cornudos de 50 especies de aves, peces, mamíferos e insectos, un equipo liderado por la Universidad de Oxford reveló que en la mayoría de las especies los machos no abandonan a la descendencia ni reducen el cuidado paterno, aún cuando son “engañados” por sus compañeras. 
Esta hazaña solo compensaría si el macho es el padre biológico de su progenie. ¿Pero cómo actúan en realidad los machos cornudos en la naturaleza? La respuesta a esta pregunta depende de la especie. 
“Se espera que los machos cornudos sean relativamente tolerantes con el engaño si el cuidado paterno no reduce el éxito reproductivo posterior ni afecta a la aptitud de la descendencia”, señalan los autores en el trabajo publicado PLoS Biology. Así que en la mayoría de los casos “a los machos les merece la pena quedarse”.  
Además, para las especies más monógamas como el escarabajo enterrador, ante la duda de ser el padre biológico, abandonar a las crías supondría renunciar a su propia progenie. En el caso de los seres humanos, que son relativamente monógamos comparados con otras especies, “los hombres son bastante insensibles a la pérdida de la paternidad cuando se trata de invertir en sus hijos”, dice a Sinc Griffin, autora principal del estudio. 
Pero el riesgo que corren las hembras de las especies más promiscuas como los babuinos chacma es que ante una alta probabilidad de que les sean “infieles” y no se asegure la reproducción en el futuro, los machos decidan no desperdiciar recursos en el cuidado de las crías. Y aquí, a diferencia de los humanos, las hembras promiscuas perderían el apoyo de su compañero para criar a sus hijos hasta la edad adulta. Nadie dijo que el sexo no traería riesgos.